O ano de 2020 trouxe uma situação inesperada de pandemia por Síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) ou Doença de Coronavírus 2019 (COVID-19), que exigiu o uso constante de máscaras faciais e um distanciamento físico entre as pessoas.
Estas duas situações, por si só, são propícias a maior exigência da voz, por maior necessidade de projeção vocal quando há uso de máscara ou distanciamento, ou por maior uso de videochamadas.
As alterações descritas agravam-se quando falamos de profissionais vocais (como professores/educadores, padres, terapeutas da fala, operadores de telemarketing, entre outros), que estão em constante uso da voz.
Alguns dos sintomas mais relatados por pessoas que usam prolongadamente a máscara são a secura da cavidade oral e garganta, a obstrução nasal (nariz entupido), a boca aberta constantemente, cansaço vocal, sensação de “catarro” na garganta e rouquidão. Associado a estes sintomas há uma maior dificuldade de hidratação.
Estas alterações clínicas agravam-se quando necessitamos de usar a voz, uma vez que a pessoa fala mais alto e com esforço, provocando maior tensão na musculatura cervical, que, por sua vez, dificulta a projeção vocal e aumenta a rouquidão. A obstrução nasal é também uma inimiga da qualidade vocal, pois traduz-se numa voz mais “abafada” e por isso menos audível.
As alterações vocais quando prolongadas no tempo podem traduzir-se em patologias, tais como nódulos. Estes evoluem com o tempo e com a continuidade dos maus usos vocais, dificultando a reabilitação. Assim, a intervenção precoce (após o aparecimento dos primeiros sintomas) tem melhores prognósticos.
Podemos, então, adotar alguns comportamentos que promovem a saúde vocal, apesar do uso de máscara:
Se a alteração vocal for frequente ou prolongada (mais de uma semana) consulte um especialista (otorrinolaringologista ou terapeuta da fala).